quinta-feira, 9 de julho de 2009

Consciência Ecológica Planetária

Prezados educandos,

Em virtude da oficina de grafitismo, que vocês estiveram desenvolvendo ao longo do dia de hoje, quinta-feira, 09 de jul. e que tinha por tema a "Consciência Ecológica Planetária", achei pertinente deixar-lhes um material para que vocês pudessem aprofundar os conhecimentos relativamente a isso.

O termo "Consciência Ecológica Planetária" surgiu nos últimos anos (décadas de 1970 e 1980), especialmente após o trabalho de James Ephraim Lovelock; com os famosos livros intitulados: “As eras de Gaia: uma biografia da nossa terra viva” e “Gaia: um novo olhar sobre a vida na terra” e outros.

Lovelock defende, em seus livros, o que ficou conhecido por Teoria Gaia ou Hipótese Gaia (Gaia era, para os gregos antigos, a deusa da Terra (ou a própria Terra) que, juntamente com Urano (o Céu), deu origem aos demais deuses), segundo qual a Terra é, praticamente, um sistema vivo. Isso é notado, segundo Lovelock, através da evolução geológica do planeta. Ou seja, para ele, ao longo dos bilhões de anos (4,5 ou 5,1 dependendo da literatura pesquisada) a Terra praticamente manteve a mesma distância em relação ao Sol que, por sua vez, em seu processo de fusão nuclear, passou a ser cada vez mais quente. Assim, nos primeiros milhões de anos da formação nosso planeta, a temperatura era bem mais baixa do que a atual, e, mesmo assim, a Terra “soube” estabelecer condições adequadas à vida, aquecendo-se. Mais recentemente, então, à medida que o Sol foi se tornando mais quente (Obs.: não confundir isso com possíveis explicações para o Aquecimento Global) a Terra foi “inteligentemente” equalizando sua temperatura interna e mantendo as condições necessárias à vida, resfriando-se. Assim, como se pode ver, Lovelock defende que o planeta é um sistema auto-organizado capaz de responder aos estímulos astronômicos externos.

NOTA: Lovelock defende que a Terra é, inclusive, capaz de responder à estímulos internos, ou seja, responder ao próprio homem que vem tentando destruí-la. Sobre isso ver: A Vingança de Gaia!

Muitos outros autores também ajudaram na construção e conscientização a respeito dessa temática. Assim, termos como Bioética surgiram e receberam muitas definições. No Brasil, e, mais especificamente no rio Grande do Sul, o mais famoso teórico que trabalhou pelo meio ambiente foi José Lutzenberger que defendia, entre outras coisas, que é a pequena propriedade que é capaz de eliminar a fome neste país, pois, é nela que o pequeno produtor planta a variedade (batata, cebola, milho, alho, tomate, alface, aipim, laranja, bergamota, limão, nabo, amendoim, etc.). Para Lutzenberger, na grande propriedade é diferente: nela se planta apenas uma única cultura, geralmente sem comprometimento com a alimentação (fumo, por exemplo), o que nunca poderá eliminar a fome, pois, não fornece variedade!

O fato é que "Consciência Ecológica Planetária" é necessária porque, como vimos em várias situações, a Lei, por si só, não é suficiente para que os seres humanos parem de agredir o meio ambiente (o que guarda íntima relação com a Justiça e com a Paz, conceitos sobre os quais tanto falamos ultimamente). Dito de outro modo:

“O direito é, ao mesmo tempo, [...] impotente. Quem o fez pode a qualquer momento desfazê-lo [...] O direito, por si só não poderia criar uma civilização [...] definir, por nós, a diferença entre o Bem e o Mal.” (GUILLEBAUD, 2003, p. 23-24).

Então, se a Lei e o Direito não são capazes de garantir a Justiça e uma ecologia sustentável, resta a nós fazermos isso! E é por isso que se agregou aos termos ambientais “ecologia” e “planetário” a palavra consciência. Tudo isso depende do vocês, educandos, porque tem a ver com a Educação (com "e" maiúsculo).

Vamos debater sobre isso em sala de aula! Qualquer dúvida é só perguntar!

Pensemos, ou ainda, continuemos a pensar sobre o assunto...

Abraço,

Prof. Donarte.



REFERÊNCIAS


GUILLEBAUD, Jean-Claude. A reinvenção do mundo: um adeus ao século XX. Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil, 2003.

Um comentário:

Donarte N. dos Santos Jr. disse...

Pessoal! Fiquei sabendo que, em virtude da chuva, não houve a oficina... De todo o modo, fica a postagem para refletirmos...
Abração do prof.,
Donarte.