sábado, 7 de março de 2009

Um novo fator de migração!

Em Geografia estudaremos detalhadamente o porquê de as pessoas migrarem e os tipos de migração. Em se tratando de migração, são muitos os chamados fatores que levam uma pessoa a migrar, entre eles destaca-se:

Fator político: guerras e/ou perseguições políticas; trata-se, por exemplo, do famoso exílio político que, no Brasil, aconteceu com muitas personalidades ao longo do Regime Militar.
Fator econômico: pessoa que deixa o país para buscar uma melhor situação econômica: é o caso de muitos brasileiros que deixam o país para trabalharem como garçons e baby-sitters nos EUA.
Fator Físico: Terremotos, erupções vulcânicas, furacões e maremotos.

Ao longo do ano letivo veremos ainda outros, e, também os “tipos” de movimentos migratórios.
Atualmente, porém, está surgindo um novo fator migratório, trata-se do fator psicossocial de migração; pessoas que migram em virtude de problemas de ordem psicológica (motivada por uma doença, por exemplo) e/ou em virtude de problemas de adaptabilidade social (pessoas que sofrem discriminação na sociedade onde estão).
A reportagem abaixo traz o problema de forma bastante clara e comenta acerca das questões legais, emocionais e éticas envolvidas nesse tipo de migração. Acompanhe e dê a sua opinião:

Suíça vira destino do “turismo do suicídio”
Clínica suíça ajudou quase mil pacientes terminais estrangeiros a morrer, prática ilegal na maioria dos países

Quando deixaram para trás sua casa em Bath, no sudoeste da Inglaterra, os britânicos Peter, 80 anos, e Penelope Duff, 70 anos, disseram aos vizinhos que estavam se mudando para outra residência, em uma cidade a não muitos quilômetros dali.


É onde os dois – ambos lutando contra um câncer terminal – passariam seus últimos anos. Na noite de quinta-feira, o mundo inteiro soube o verdadeiro destino de Peter e Penelope: a Suíça, onde puderam escolher qual seria o último dia de suas vidas.
Os dois britânicos engrossaram as estatísticas de estrangeiros que vão ao país europeu apenas para morrer. O suicídio assistido – proibido na Grã-Bretanha, no Brasil e em muitas outras nações – é permitido pelas leis suíças, sob estritas condições, desde 1942.
Apenas uma das associações de assistência ao suicídio na Suíça aceita pessoas de outros países, a Dignitas. Em média, dois estrangeiros chegam semanalmente à clínica – que hoje funciona em um apartamento em Schwerzenbach, subúrbio de Zurique – para morrer. Criada pelo advogado Ludwig Minelli há 10 anos como uma organização sem fins lucrativos, a Dignitas ajudou até hoje quase mil pessoas a cometer suicídio assistido – na maioria, alemães e britânicos.
Geralmente, a morte ocorre cerca de 30 minutos depois de o paciente tomar pílulas usadas normalmente na medicina veterinária. No ano passado, porém, foi revelado que a associação também utilizava sacolas plásticas e gás hélio, o que foi considerado um “método inumano”. Segundo Minelli, é uma maneira “mais rápida” de morrer.
Não foi divulgado como Peter e Penelope Duff morreram. Respeitado perito em vinhos, Peter tinha câncer de cólon e fígado. Sua mulher tinha um tumor gastrointestinal. Em nota, a família disse que eles “faleceram juntos e serenamente” e elogiou os cuidados que receberam de médicos e enfermeiras na clínica suíça.

Uso de gás relembrou o Holocausto nazista

A muitos suíços, o uso de hélio relembrou as câmaras de gás utilizadas pelos nazistas na II Guerra Mundial – o que fez do fundador da Dignitas uma figura execrada nos jornais. Como na maior parte do país, os habitantes de Schwerzenbach apoiam o princípio do suicídio assistido, mas acham que usar o gás foi “demais”, garantiu Manfred Milz, que expulsou a clínica de seu edifício.
Para o médico Bertrand Kiefer, editor da revista médica Revue Medicale Suisse, falta transparência financeira a esses grupos. A clínica de Minelli cobra 10 mil francos suíços (R$ 20,5 mil) por seus serviços, que incluem formalidades legais e consultas com um médico que poderá receitar o medicamento letal. Há outras associações que não cobram nada dos pacientes diretamente, mas garantem o dinheiro para manter-se por meio de doadores e associados.
Críticos dizem que a prática transformou a Suíça em local de “turismo de suicídio”. Conforme a Dignitas, a demanda pelos serviços da clínica só cresce, e já existem quase 6 mil cadastrados. Alguns são apenas apoiadores, enquanto outros querem morrer com a ajuda da clínica quando chegar a hora. A preocupação de Kiefer é que as pessoas estejam se matando não para aliviar uma dor intolerável, mas para tirar um fardo da família e da sociedade.

Pelo direito de morrer

O que é Eutanásia
É apressar ativamente – sem dor ou sofrimento – a morte de um doente incurável. Não é permitida na Suíça.

O que é Suicídio assistido
É oferecer a ajuda necessária para facilitar a morte de pessoas – conscientes e com uma doença incurável ou fatal a curto prazo – que querem claramente pôr fim à vida, mas não têm meios para fazê-lo.

Quais são os requisitos?
O paciente precisa ter uma doença incurável, com morte previsível, ter consultado um médico e estar consciente dos seus atos. Além disso, o pedido de assistência deve ser sério e repetido durante algum tempo.

Como é feito?
É entregue ao interessado uma solução com uns 10 gramas de pentobarbital de sódio misturada com um suco que o paciente deve, necessariamente, ser capaz de ingerir com suas próprias forças (caso contrário, seria eutanásia). Em cinco minutos, o paciente pega no sono. A morte vem cerca de 30 minutos depois.
A Dignitas passou a usar também outro método. Uma sacola plástica é colocada em volta da cabeça do paciente, que então libera uma quantidade de hélio suficiente para entrar em coma. Em seguida, morre.

Há punição?
Se um familiar de paciente estrangeiro acompanhá-lo na clínica, poderá ser considerado um cúmplice – o que, na Grã-Bretanha, por exemplo, renderia uma condenação à prisão. Mesmo assim, a Justiça não processou nenhum parente dos mais de cem britânicos que morreram na Dignitas.
Referências:
DAMIANI, Amélia Luísa. População e Geografia. 2. ed. São Paulo: Contexto, 1996. 106 p.
EXÍLIO in: WIKIPÉDIA: a enciclopédia livre. (Fonte: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Exílio>. Acesso em 07 mar. 2009).
EUROPA: Suíça vira destino do “turismo do suicídio”. Zero Hora. Porto Alegre, 7 mar. 2009. Economia, p. 28.
DITADURA MILITAR in: WIKIPÉDIA: a enciclopédia livre. (Fonte: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ditadura_militar_no_Brasil_(1964-1985)>. Acesso em 07 mar. 2009).

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