terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A teoria malthusiana e a fome mundial

Thomas Robert Malthus foi o criador da primeira teoria populacional que relaciona o aumento da população com a fome no mundo. O economista e demógrafo afirmou que o crescimento populacional se daria em uma progressão geométrica, enquanto o aumento da oferta dos alimentos seria em progressão aritmética. Malthus e sua teoria se colocam em um posição pessimista relacionada ao crescimento demográfico. A teoria malthusiana é a relação entre o crescimento populacional e a fome.
O “malthusianismo” se destacou quando os índices do crescimento demográfico aumentaram. Isso aconteceu porque houve uma concretização do capitalismo, junto de um aumento da população, e a Revolução Industrial. Isso elevou a produção de alimentos, o que fez a taxa de mortalidade decrescer.
A teoria afirma que a capacidade de produção alimentícia seria ultrapassada pelo crescimento da população. Malthus previa um futuro então de miséria e fome. Ele acreditava que a única solução para que não acontecesse, seria uma redução na taxa de natalidade, com um controle de filhos de famílias pobres e muito jovens. Também acreditava em forçar aqueles mais pobres a ter menos filhos, diminuir seus salários e aumentar o preço de alimentos.
Porém, desacreditava que isso seria impossível de ser feito, pois essas metas estariam muito longe do alcance humano. Por causa desses fatos, Malthus cria na fome, guerra e epidemias como única solução para o controle do crescimento demográfico. Segundo ele, se não houvesse um controle imediato de natalidade, seria inevitável a fome no mundo.

Quase sempre é afirmado que a causa da miséria e fome no planeta é a produção de alimentos.
Se o problema da fome no mundo seria solucionado com o aumento na produção alimentícia, porque este não é solucionado logo? Simplesmente porque a fome não está associada à quantidade de produção, mas sim o tipo de produção. O certo deveria ser a produção de sementes capazes de crescerem em solos mais pobres, que não precisariam de fertilizantes, máquinas de alto custo, pesticidas, etc.
O observado nos alimentos é que as sementes precisam de solos bem qualificados, com maquinaria cara, e isso apresenta uma baixa produção se relacionadas às variedades tradicionais.
As empresas não têm como prioridade alimentar aqueles que estão com fome, mas sim vender transgênicos, tendo como desculpa, a fome presente no mundo.
Além de tudo, isso pode provocar o aparecimento de vírus e pragas.
Não é preciso criar super plantas para abastecer a demanda de alimentos no planeta. O importante é fazer o possível para diminuir cada vez mais as diferenças sociais e econômicas, pois estas diferenças são a verdadeira causa da presença da fome. Criar organismos transgênicos para resolver esse e outros problemas é como se para resolver um problema, seria preciso criar outro.

José Lutzenberger afirmava que uma das soluções da fome no mundo seriam as pequenas plantações rurais, com grande variedade, onde os agricultores são os consumidores, e não nas plantations, com a monocultura.

Uma curiosidade interessante é a quantidade de habitantes que o planeta Terra consegue suportar. Em 1679 foi feito um cálculo e que o resultado de pessoas no planeta seria de 13,4 bilhões de habitantes. No século 20 houve um salto em que a população chegou a 6,2 bilhões de pessoas, devido ao avanço na medicina. A cada ano são acrescentadas 77 milhões de pessoas no mundo. Mas a ONU afirma que em 2050, o planeta chegará a 9,3 bilhões de pessoas.


Um comentário:

Donarte N. dos Santos Jr. disse...

Cara Isadora,
Creio que o teu texto se torna interessante porque deixa claro que “a fome não está associada à quantidade de produção, mas sim o tipo de produção”. Assim, por outras palavras, podemos dizer que apesar do fato de a produção de alimentos ser suficiente para alimentar a atual população mundial, isso não significa que estejamos produzindo da maneira que deveríamos: carnes, “Junk foods”, frutas sintéticas, novas fibras, etc., etc. Vivemos em um mundo cada vez mais artificial... E a esse tipo de alimento, obviamente, os pobres têm (porque são excluídos propositalmente) cada vez menos acesso...
É triste!
Mas um dia, quem sabe, possamos mudar isso...
Importa é lembrar que, quando a chance aparecer, não podemos desperdiçá-la!
Abraço do prof.,
Donarte.