sábado, 5 de dezembro de 2009

Teorias Demográficas – verdades e mentiras

Existem várias teorias demográficas para explicar o crescimento populacional. Dentre elas destacamos a teoria malthusiana e a reformista, tendo em vista que estão profundamente inter-relacionadas.
Segundo a teoria malthusiana (Thomas Malthus), o crescimento da população funcionava conforme uma progressão geométrica enquanto a produção de alimentos crescia de forma aritmética, ou seja, inevitavelmente a fome seria uma realidade sem um controle da natalidade. Para ele a solução seria a sujeição moral de retardar o casamento, a prática da castidade antes do casamento, ter somente o número de filhos que se pudesse sustentar.
Não acho que esta teoria esteja totalmente errada. Isto porque a população realmente está aumentando e a fome é uma realidade. É claro que a teoria não levou em consideração a possibilidade de aumento da produção agrícola com o avanço tecnológico. Mas a verdade é que o que vemos hoje é muita miséria e pessoas morrendo de fome. Quanto às soluções por ele apontadas, concordo apenas que deve-se ter somente o número de filhos que se pode sustentar.
Ao contrário da teoria malthusiana, a teoria demográfica reformista, tem como base as idéias marxistas do filósofo socialista Karl Marx. Segundo esta teoria, as altas taxas de natalidade são uma consequência do subdesenvolvimento e por isso é preciso enfrentar questões sociais e econômicas para equilibrar o crescimento demográfico. Assim, à medida que as famílias melhoram suas condições de vida, diminuem a quantidade de filhos, permitindo uma melhoria no padrão de vida da população mais pobre.
Uma das soluções para o problema da fome no mundo seriam os transgênicos? Na minha opinião, não. Os transgênicos, ou seja, organismos genéticamente modificados, são criados em laboratórios a partir de cruzamentos que não acontecem na natureza: planta com bactéria, bactéria com vírus, animal com inseto.Estes alimentos não são a solução para o problema da fome no mundo, pois há uma grande risco para a saúde da população porque não sabemos exatamente o que estamos consumindo. Só para se ter uma idéia, a ANVISA – Agência Nacional de Vigilância sanitária, teve que aumentar em 50 vezes a quantidade de resíduos agrotóxicos na soja transgênica, ou seja, consumindo este alimento, consumimos 50 vezes mais veneno. Nada saudável para a população.
Bem, aí penso por que o ecologista José Lutzemberger escrevia em seus textos e livros que a pequena propriedade de terra contribui para a eliminação da fome no mundo e não as plantactions? Porque nas pequenas propriedades de terra se dá o cultivo de vários produtos agrícolas os quais contribuem significativamente para eliminação da fome enquanto que nas plantactions se dá o cultivo de um único produto agrícola em grandes extensões de terra (latifúndio), sendo que muitas vezes parte da terra fica sem cultivo de nenhum produto. Nada mais claro que isto para explicar os escritos de Lutzemberger.
Finalizando, pergunta-se qual é o máximo de população que nosso planeta pode suportar? Isto depende de alguns índices. Por exemplo, a densidade populacional pode ser expressa pela relação entre a população e o total de recursos econômicos; a densidade potencial máxima ou capacidade de sustento da população mostra a relação entre os recursos e o máximo populacional que pode ser sustentado por tais recursos.
Assim, dentro do que foi visto até agora, pode-se concluir que o máximo de população que o nosso planeta pode suportar depende de vários fatores. Enquanto houver recursos disponíveis, nosso planeta suporta um crescimento populacional, porém quando houver escassez dos mesmos, não há como suportar o aumento da população. Por tudo isso é de fundamental importância que governantes de todo o mundo estejam atentos ao crescimento populacional a fim de traçarem planos e estratégias de atuação e desenvolverem planejamentos de interesse social permitindo uma melhor qualidade de vida para todos.

Um comentário:

Donarte N. dos Santos Jr. disse...

Muito interessante a tua argumentação, caro Bruno! Sobretudo porque não saiu, logo de início, dando como derrotada a Teoria Populacional de Thomas Malthus! Ela não é de todo perdida, como pregam muitos professores de Geografia (risada!). Veja: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=49416
Pelo contrário, falaste muito bem que a manutenção das atuais taxas de natalidade e a capacidade de a Terra agüentar ou não, dependem de uma série de fatores...
De todo modo, a solução seria uma mudança no modo de consumo. As coisas caminham para isso. Veja: http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT1152830-1666,00.html
Abraço do prof. que, como sabes, nunca adota uma postura extremista, mas, antes, busca um “caminho do meio” (escrevo isso porque sei que muitos professores de Geografia são contra esse meu ponto de vista)!