quarta-feira, 25 de março de 2009

Determinismo e Possibilismo

Criado pelo geógrafo alemão Friedrich Ratzel, o Determinismo prega, em suma, que o homem é fruto do meio em que habita.

Antagonicamente, o Possibilismo, criado pelo francês Paul de La Blache, prega que o homem modifica o meio de acordo com suas necessidades.

Em minha opinião, o Determinismo seria por demais “pessimista”, já que defende que as possibilidades do ser humano serão inevitavelmente definidas pelo meio que habita, criando uma certa sensação de impossibilidade de certos feitos. Seria mais ou menos como dizer que qualquer um nascido em uma das áreas mais pobres e devastadas da África não teria a mínima chance de tornar-se bem sucedido. Já o Possibilismo, ao meu ver, é o extremo oposto, sendo otimista demais. Afirmar que o homem modifica o meio que habita ao seu bel-prazer seria no mínimo exagerar.

Assim, um habitante da África poderia, sim, tornar-se uma pessoa bem-sucedida. Mas, sem dúvida alguma, ele teria que enfrentar inúmeras dificuldades a mais do que um habitante de, digamos, Portugal ou Inglaterra.

Então, concordo, ao mesmo tempo, com ambas e com nenhuma das duas teorias. Vejo-as como dois extremos e acredito que a verdade resida em algum ponto entre ambas. Acredito também que, atualmente, a realidade de fato encontra-se mais inclinada ao lado do Possibilismo, uma vez que, com o avanço da tecnologia, encontramos meios de adaptar nosso ambiente para nosso maior “conforto”. Mas não tanto assim. Podemos afetar o meio ambiente somente até certo ponto, como nos foi provado ultimamente, com toda a discussão do efeito estufa. Por sua vez, os indícios de um dano mortal ao meio ambiente forçariam o homem, com vista em sua própria sobrevivência, a desenvolver tecnologias e meios de produção menos poluentes, o que nos leva de volta à teoria do determinismo, onde o meio nos fornece as condições para nossas ações. Sendo assim, seria impossível provar, além de qualquer dúvida, qual das duas teorias estaria, de fato, certa.

Em suma, acredito na velha teoria da Física sobre ação e reação. Tanto o homem modifica o meio como o meio modifica o homem.

Um comentário:

Donarte N. dos Santos Jr. disse...

Caro Thiago,
Ao ler teu texto, fiquei tentado a comentar a seguinte afirmação: “Podemos afetar o meio ambiente somente até certo ponto”... Será mesmo!? Sabe... isso é coisa que me intriga... Vejamos: se fossem lançadas algumas das bombas nucleares de que dispõem países como USA e China, a Terra seria reduzida a um cenário marciano... Hoje, já é feito em larga escala (embora não se fale a respeito) a clonagem de animais (sobretudo gado)! Frequentemente novas sementes, cada vez mais adaptadas aos diferentes tipos climáticos são produzidas pela Engenharia Genética; basta ver que, hoje, os transgênicos já são coisa normal em muitos supermercados nacionais e internacionais, e, há frutas “de estação” que são encontradas ao longo do ano inteiro sem problemas... Posto isso, eu começo a me perguntar se há mesmo limites para o ser humano alterar o meio... Parece que não, não acha!? Gostaria de saber a tua opinião!
Abraço do prof.,
Donarte.

P.s.: Obviamente essa discussão perpassa a “bioética”. Sugiro, em caráter bem inicial, ler o pequeno texto que está no seguinte “site”:

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/conteudo_264221.shtml

Para ir mais além, e, posteriormente ter indicações de livros a respeito, ler:

http://www.sorbi.org.br/revista/1/O_QUE_É_ISSO.pdf