terça-feira, 8 de dezembro de 2009

TEORIAS DEMOGRÁFICAS

Entre tantas teorias que foram criadas para tentar explicar o crescimento populacional, existe três que se destacam por estarem bastante relacionadas uma com a outra: a malthusiana, a neomalthusiana e a reformista.
A teoria demográfica Malthusiana, pensada pelo economista inglês Thomas Robert Malthus, foi publicada em 1798. Malthus dizia que a população mundial cresceria em um ritmo muito ligeiro, comparado por ele a uma progressão geométrica (1, 2, 4, 8, 16, 32, 64...), e a produção de alimentos cresceria em um ritmo muito lento, comparado a uma progressão aritmética (1, 2, 3, 4, 5, 6...). Assim, segundo a visão de Malthus, ao final de duzentos anos, o crescimento da população teria sido 28 vezes maior do que o crescimento da produção de alimentos. Assim, defendendo a tese de que não exitiria comida para tanta gente.
A Teoria Neomalthusiana é uma teoria que começou a se desenvolver nas primeiras décadas do século 20, baseando-se nas idéias de Malthus, razão pela qual passou a ser chamada de neomalthusiana (nova).
O neomalthusianismo somente se firmou entre os estudiosos da demografia após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), em função da explosão demográfica ocorrida nos países subdesenvolvidos. Esse fenômeno foi provocado pela disseminação, nos países subdesenvolvidos, das melhorias ligadas ao desenvolvimento da medicina, o que diminuiu a mortalidade sem, no entanto, que a natalidade declinasse.Os neomalthusianos analisam essa aceleração populacional segundo uma ótica alarmista e catastrófica, argumentando que, se esse crescimento não for impedido, os recursos naturais da Terra se esgotarão em pouco tempo.Para conter o avanço populacional, esses teóricos utilizam várias propostas, principalmente a da adoção de políticas visando o controle de natalidade, que se popularizaram com a denominação de Planejamento Familiar.Algumas medidas adotadas por entidades mundiais (ONU, FMI, Banco Mundial, UNICEF, entre outros) nos países subdesenvolvidos, ajustadas a cada população, são exemplos de políticas de controle de natalidade: esterilização em massa de populações pobres (como foi feito na Índia e na Colômbia); distribuição gratuita de anticoncepcionais; assistência médica para uso de dispositivos intrauterinos (DIUs); divulgação de um modelo de família bem-sucedida, com no máximo dois filhos, em programas de televisão, na publicidade e no cinema.
As idéias básicas da teoria reformista são todas contrárias às de Malthus: sua principal afirmação nega o princípio malthusiano, segundo o qual a superpopulação é a causa da pobreza. Para os reformistas, é a pobreza que gera a superpopulação.De acordo com a teoria reformista, se não houvesse pobreza as pessoas teriam acesso a educação, saúde, higiene, etc., o que regularia, naturalmente, o crescimento populacional. Portanto, é exatamente a falta dessas condições o que acarreta o crescimento desenfreado da população. Outra crítica dos estudiosos reformistas aos malthusianos diz respeito ao crescimento da produção. Como vimos, para Malthus esta crescia em ritmo inferior ao da população. Para os reformistas, contudo, isso também não é verdadeiro, pois, com o início da revolução industrial e a consequente revolução tecnológica, tanto a agricultura quanto a indústria aumentaram sua capacidade produtiva, resolvendo, dessa forma, o problema da produção.Os reformistas defendem que os governos deveriam implantar uma política de reformas sociais - na tecnologia, para aumentar a produção e resolver definitivamente o problema da sobrevivência humana, e na distribuição da renda, visando o acesso da maioria às riquezas produzidas. Só assim o problema da pobreza se resolveria. E, resolvendo o problema da pobreza, se resolveria também o problema da superpopulação. Ou seja, não haveria mais desequilíbrio entre uma e outra.

Um comentário:

Donarte N. dos Santos Jr. disse...

Prezada Marília,
Vê-se, pela parte final de teu texto, que o problema do mundo é a pobreza... Realmente parece difícil nos “libertarmos” deste tipo de análise... Rondamos, rondamos e acabamos caindo, de novo, na culpada pobreza... Mas fazemos isso porque sempre e de novo olhamos as coisas da forma côo estamos habituados... Então, nivelamos segundo aquilo com o que estamos acostumados...
Tentarei me fazer mais claro: se pararmos para pensar a própria noção de “pobreza” é algo discutível, não achas!? O que é ser “pobre”!? Seria o “não ter”!? Se esse for o critério, então, não ter um automóvel, uma casa própria, um emprego (que pague bem), etc., etc., etc. é ser pobre. Mas note que, fazendo isso, estamos nivelando as coisas seguindo um pesado conceito de “ter”, e, logo, de consumismo...
Bom... A questão pode ficar meio complicada... Então, fico no aguardo para saber o que tu achas a respeito da questão...
Abraço do prof.,
Donarte.