sexta-feira, 29 de maio de 2009

Capitalismo x Socialismo

O maior conflito teórico entre o capitalismo e o socialismo foi na Guerra Fria, que ocorreu pouco depois da Segunda Guerra Mundial, entre os Estados Unidos – capitalista - e a União Soviética – socialista -. Este conflito se iniciou quando as duas potências tentaram influenciar outros países acerca de seus sistemas políticos, econômicos e militares.

O capitalismo tem seu início na Europa. Suas características aparecem desde a baixa idade média (do século XI ao XV) com a transferência do centro da vida econômica social e política dos feudos para a cidade. O feudalismo passava por uma grave crise decorrente da catástrofe demográfica causada pela Peste Negra e pela fome que assolava o povo. Já com o comércio reativado pelas Cruzadas (do século XI ao XII), a Europa passou por um intenso desenvolvimento urbano e comercial e, conseqüentemente, as relações de produção capitalistas se multiplicaram, deteriorando as bases do feudalismo.

Segundo o geógrafo Milton Santos, a mentira do capitalismo, ou como ele chamava: “fábula”. É dizer que o capitalismo é o único sistema social no qual os indivíduos estão livres para perseguir o seu auto-interesse racional, possuir propriedade, e tirar proveito de suas próprias ações e também ter como âncoras os direitos individuais, o governo limitado constitucionalmente, e a liberdade política/intelectual/econômica. Milton dizia ser mentira porque é um sistema que já está dividido entre poucos ricos, que possuem muito, e muitos pobres, que tem quase nada.

A revolução industrial iniciada na Grã-Bretanha, no século XVIII, estabeleceu um tipo de sociedade dividida em duas classes sobre as quais se sustentava o sistema capitalista: a burguesia (empresariado), e o proletariado (trabalhadores assalariados). A burguesia, formada pelos proprietários dos meios de produção, conquistou o poder político na França, com a revolução de 1789, nessa ocasião o modelo capitalista se afirmou ideologicamente com base nos princípios do liberalismo: liberdade econômica, propriedade privada e igualdade perante a lei. A grande massa da população proletária, no entanto, permaneceu inicialmente excluída do cenário político. Logo ficou claro que a igualdade jurídica não era suficiente para equilibrar uma situação de desigualdade econômica e social, na qual uma classe reduzida, a burguesia, possuía os meios de produção enquanto a maioria da população não conseguia prosperar. Aí então surgiram as idéias socialistas.

Socialismo é um conjunto de doutrinas que tem por fim a socialização dos meios de produção. Partindo do pressuposto de que os problemas sociais derivam das desigualdades entre os indivíduos, o sistema visa à extinção da propriedade privada. O governo investiria no cidadão desde seu nascimento, no entanto, ficaria como se fosse o “dono” daquele indivíduo, sendo o mesmo, obrigado a seguir regras rígidas e a trabalhar para todos na medida de suas possibilidades. Nesse sentido, ainda existe a necessidade de existência do Estado para coordenar a socialização dos meios de produção e defender os interesses dos trabalhadores contra a volta do sistema capitalista.

Comunismo é um sistema de governo onde não existem classes sociais, propriedade privada, e o mais importante, não existe a figura do Estado; essa é a diferença. Em outras palavras, o socialismo é uma etapa de transição anterior ao comunismo que visa o desaparecimento do capitalismo. No comunismo, não há a necessidade de existência de um Estado em virtude do fato de que todas as decisões políticas são tomadas pela democracia operária.

Ao contrário do que muitos pensam a etapa do comunismo nunca foi atingida por nenhum país, uma vez que não houve nenhuma sociedade onde se registrou a ausência de um Estado. Após entendermos melhor a origem e as características destas duas potências, podemos perceber que a convivência desses dois modos de produção era praticamente impossível.

Nenhum comentário: