domingo, 24 de maio de 2009

Milionários preferem dar dinheiro para caridade do que deixar para os filhos

Pesquisa mostra que 62% dos pesquisados com ativos de mais de US$ 800 mil planejam deixar seu dinheiro para organizações beneficentes para incentivar os filhos a trabalhar




O interesse crescente em filantropia entre os mais ricos do Reino Unido e dos Estados Unidos indica que a próxima geração de multi-milionários talvez não faça justiça ao título. Segundo uma pesquisa divulgada agora, muitos milionários – e até bilionários – pretendem deixar menos dinheiro como herança para seus filhos.

Pesquisa da Richard Harris, fundadores do serviço de testamento online, descobriu que 62% das pessoas com ativos estimados em mais de US$ 800 mil planejam gastar seu dinheiro com obras de caridade ou simplesmente doá-lo para as organizações.

Com isso, os milionários estariam seguindo os passos de ricos “do bem” como Bill Gates e Duncan Bannatyne, que decidiram doar a maior parte de suas fortunas para causas nobres a fim de iincentivar os filhos a iniciar uma carreira e pagar suas próprias contas.

Segundo o próprio Richard Harris, “filantropos ricos, principalmente empreendedores multi-milionários, são firmes em dizer que querem que seus filhos tenham um incentivo para trabalhar duro como eles fizeram em suas vidas. E uma forma de fazer isso é limitando suas heranças”.

“Os pais não querem tirar a ambição dos filhos”, diz. “Em vez de deixar suas fortunas para trás, eles estão repassando a maior parte do dinheiro para causas sociais que eles já defendem e nas quais acreditam. Eles estão colocando mais ênfase em deixar um legado que beneficie a sociedade.”

“Há uns dez anos, 75% da lista dos mais ricos do jornal Sunday Times eram compostos por gente que havia herdado dinheiro de família. Hoje, essa proporção é inversa”.

Tanto é verdade que a lista dos filantropos inclui nomes de prestígio do mundo dos negócios.


- Duncan Bannatyne – Empreendedor que faz parte do programa de TV inglês “Dragon’s Den”, em que milionários dizem se vão ou não investir no negócio de novos empreendedores. Pai de seis filhos. Ele criou um fundo para beneficiar suas crianças, mas já avisou aos filhos que eles terão de demonstrar fibra moral suficiente antes de receber sua parte do quinhão.

- Peter Jones – Empreendedor que também faz parte do programa “Dragon’s Den” já disse aos cinco filhos que eles terão de trabalhar, mas prometeu que um fundo vai dobrar sua renda a cada ano e se eles decidirem trabalhar com organizações de caridade (terceiro setor) ou assumirem um trabalho socialmente responsável, o fundo pagará três vezes seu salário anual.

- Bill Gates – O fundador da Microsoft planeja doar a maior parte de sua fortuna antes de morrer, mas quer deixar US$ 10 milhões para cada um dos três filhos. O resto vai direto para obras de caridade nas quais está envolvido com a Fundação Bill e Melissa Gates. Ele é especialmente atraído para projetos de educação em países menos desenvolvidos.

- Warren Buffet – O mega-investidor americano, segundo homem mais rico do mundo atrás somente do amigo Bill Gates, tem uma fortuna estimada em US$ 62 bilhões. Ele já declarou que vai deixar aos filhos “o suficiente para que eles possam fazer qualquer coisa, mas não tanto que não queiram fazer nada na vida”.

- Barron Hilton – O avô da patricinha Paris Hilton prometeu doar 97% da sua fortuna de US$ 2,3 bilhões para entidades beneficentes.


O link da reportagem: http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI74157-16359,00-MILIONARIOS+PREFEREM+DAR+DINHEIRO+PARA+CARIDADE+DO+QUE+DEIXAR+PARA+OS+FILHO.html



É interessante observarmos que essa reportagem talvez nos traga uma informação contrária à postura econômica histórica do mundo. Explico: os grandes empresários, os homens ricos, aqueles que dominam e tocam à frente a economia mundial estão agindo de uma forma que, anteriormente, não era comum.

Estão pondo sua riqueza a serviço de todos. Quando morrem, deixam suas posses para o povo, não para seus filhos. Eles não estão mais concentrando e perpetuando o dinheiro do mundo de forma hereditária. Com isso, querem estimular seus herdeiros a trabalharem, não querem manter a riqueza nas mãos daqueles que nada fazem para conquistar isso.

É uma questão bem interessante de ser refletida, uma vez que se pararmos para pensar, se voltarmos no tempo, veremos que os grandes dominadores do mundo sempre estabeleceram seu poder de forma heredetária, sem um merecimento próprio. Agora, com essa atitude, esses empresários estimulam mais o trabalho, quem sabe haverá uma mobilidade social mais palpável para as pessoas, quem sabe será um mundo onde quem merece sucesso obtém sucesso.

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